Autor(a): Anderson Amaro Melo dos Santos
Orientador(a): Prof. Dr. José Guilherme Xavier
Data da defesa: 24/02/2023
Resumo:
As neoplasias mamárias felinas representam o terceiro tipo de tumor mais comum nas gatas e frequentemente repercutem em um comportamento biológico tumoral agressivo, evidenciando malignidade em mais de 80% dos diagnósticos. O comportamento independente do gato colabora para uma observação morosa do crescimento neoplásico pelo tutor, corroborando para um diagnóstico mais tardio. A histogênese constitui o principal artifício na classificação das neoplasias mamárias. A metodologia de graduação de tumores mamários em gatas utiliza alguns parâmetros histológicos como quantificação de túbulos, pleomorfismo nuclear e contagem de mitoses, apresentando implicações prognósticas. Neste estudo, foram examinadas 28 formações mamárias felinas, envolvendo hipertrofias fibroepiteliais, adenomas e carcinomas, investigando-se, com o emprego de métodos morfométricos e histoquímicos (tricrômico de Masson e picrosírius), a potencial contribuição da cariometria e da avaliação da matriz extracelular na compreensão desses processos. Evidenciou-se diferença estatisticamente significante relativa à cariometria da população epitelial nas diferentes condições, assim como no padrão de deposição colagênica no microambiente tumoral no cerne da lesão, com incremento da matriz extracelular associado à maior severidade do processo. Em associação, foi avaliada a disposição colagênica em áreas fronteiriças das tumorações, apresentando características semelhantes. Tais achados sugerem a validade do emprego desses recursos como métodos complementares para o diagnóstico diferencial de formações nodulares mamárias em gatos.
Palavras-chave: felinos, matriz extracelular, morfometria, oncologia veterinária
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Biologia da diferenciação e transformação celulares: modulação por fatores endógenos e exógenos
Título:
Estudo in vivo do potencial terapêutico de vesículas extracelulares liberadas por células de adenocarcinoma mamário em modelo murino.
Autor(a): Vanessa Xavier
Orientador(a): Profa. Dra. Elizabeth Cristina Perez Hurtado
Data da defesa: 01/03/2023
Resumo:
Vesículas extracelulares (VEs) são consideradas como potenciais marcadores para o diagnóstico e tratamento de diversas doenças, incluindo o câncer. Resultados anteriores do grupo mostraram que VEs liberadas por células de adenocarcinoma mamário 4T1 (4T1-VEs) influenciaram no perfil fenotípico de macrófagos RAW 264.3 em modelo in vitro, entretanto seus efeitos em modelo biológico in vivo não foram avaliados. Assim, o objetivo do presente trabalho foi investigar o possível efeito terapêutico das 4T1-VEs em camundongos com tumores de mama. Para isto, coletas de sobrenadantes de cultura de células 4T1 nos tempos de 2, 4, 6, 8, 20, 24 e 48 horas foram realizadas para seleção do tempo com maior concentração de partículas, com tamanhos semelhantes aos exossomos. Em seguida, camundongos BALB/c foram primeiramente inoculados via subcutânea com células 4T1 e após sete e quatorze dias, 4 µg de VEs liberadas por células 4T1 após 20 h de cultura (4T1-VEs), na presença ou ausência de suspensão de Propionibacterium acnes (P. acnes), foram inoculadas por via intraperitoneal (i.p). Sete dias após segunda dose do tratamento, animais foram eutanasiados para análises histopatológicas do tumor, linfonodos, baço e pulmões, além de quantificação de citocinas e linfoproliferação. Avaliação do estado geral dos animais, medições do tamanho tumoral e peso foram também realizados durante todo o período de experimentação. Resultados obtidos no presente trabalho e apresentados em formato de artigo que será submetido ao periódico Immunobiology, demonstraram que animais tratados com 4 ug de 4T1-VEs + P.acnes apresentaram diminuição do volume tumoral e maior atividade linfoproliferativa, além de apresentar menor número das divisões celulares. Em conjunto, os dados aqui apresentados evidenciam pela primeira vez, o potencial de VEs liberadas por células tumorais para o desenvolvimento de vacinas com fins terapêuticos para canceres agressivos como o câncer de mama.
Palavras-chave: Câncer de mama; células 4T1; exossomos; vacina terapêutica; imunologia tumoral.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Biologia da diferenciação e transformação celulares: modulação por fatores endógenos e exógenos
Autor(a): Cristina Gabriela Nascimento de Oliveira
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Anete Lallo
Data da defesa: 08/03/2023
Resumo:
A crotoxina (CTX), uma fração bioativa isolada do veneno da serpente Crotalus durissus terrificus, possui propriedades antibacteriana, antitumorais e antiinflamatória identificadas em estudos in vitro e in vivo. O microsporídio Encephalitozoon cuniculi pertence a um grupo amplo de fungos oportunistas, intracelulares obrigatórios que infectam vertebrados e invertebrados e apresentam grande resistência aos fármacos convencionais. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos fungicida e/ou fungistático da CTX sobre os esporos do microsporídio Encephalitozoon cuniculi, bem como avaliar sua capacidade de modular a atividade microbicida de macrófagos in vitro. Esporos de E. cuniculi foram tratados com duas concentrações de CTX (2,4 e 4,8 μg/mL) e, posteriormente, cultivados em células RK-13 para análise de sua viabilidade. Adicionalmente, macrófagos foram obtidos a partir de células peritoneais aderentes (APerC) após lavados peritoneais de camundongos BALB/c. APerCs foram infectadas com esporos de E. cuniculi e após uma hora tratadas com CTX por 3h, para posterior análise do perfil dos macrófagos, da produção de citocinas, da viabilidade dos macrófagos e dos esporos. Não foi demonstrado efeito fungicida, contudo com o tratamento dos esporos de E. cuniculi com 2,4 μg/mL de CTX teve efeito fungistático, com a redução da proliferação e viabilidade. Os esporos tratados com CTX determinaram maior porcentagem de necrose das células RK infectadas. Nessa mesma concentração de CTX (2,4 μg/mL), macrófagos desafiados com E. cuniculi e tratados apresentaram predomínio de macrófagos com perfil M1, o que foi confirmado pela razão entre CD40/CD206 com predomínio de M1 em relação ao M2, com produção de aumentada de citocina pró-inflamatórias TNF- e IL-6 e com atividade microbicida confirmada pela menor viabilidade dos esporos demonstrada pela menor razão de proliferação. A CTX aumentou a morte por necrose de macrófagos infectados ou não com E. cuniculi. Os resultados permitem concluir que a CTX modulou macrófagos infectados pelo E. cuniculi perfil M1 com maior produção de citocinas proinflamatórias e com maior atividade microbicida, assim como teve efeito fungistático sobre os esporos.
Palavras-chave: Crotoxina, Inflamação, Macrófagos, Microsporidia.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Terapêutica medicamentosa aplicada às Ciências da Saúde
Autor(a): Thaís Cristina da Silva
Orientador(a): Profa. Dra. Elizabeth Cristina Perez Hurtado
Data da defesa: 29/06/2023
Resumo:
Nos últimos anos diversos autores têm mostrado os benefícios da homeopatia na melhora da qualidade de vida e sobrevida de pacientes com câncer. Dados preliminares do grupo mostraram em ensaios in vitro com ultradiluições de Viscum album (Va) obtido da árvore hospedeira Quercus robur durante o verão da Suíça nas escalas 12DH, 200CH e 5LM mostraram diminuição da viabilidade de células B16F10, com diminuição na produção de EROS em relação a carboplatina, diminuição na produção da quimiocina MCP1, bem como o tratamento com Va 12DH também mostrou diminuição no metabolismo, enquanto a diluição de Va 200CH mostrou aumento na população de células em processo de necrose. Entretanto, os efeitos do tratamento com diferentes escalas homeopáticas e tinturas mães de Va no modelo de melanoma murino não foram ainda esclarecidos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos do tratamento com tinturas mãe (TM) de Va obtidos das árvores hospedeiras Abies alba e Quercus robur no verão da Suíça e diferentes escalas homeopáticas de Va obtido da árvore hospedeira Quercus robur durante o verão da Suíça em relação à sobrevida e em relação as manifestações clínicas em camundongos com melanoma murino. Para isto, 8 grupos de animais inoculados com células de melanoma B16F10 foram tratados três vezes por semana com Va 12 DH, Va 200CH, Va 5LM, TM de Abies alba e TM de Quercus robur, selecionadas após testes in vitro. Análise histopatológica do tumor, baço, fígado e pulmão foi realizada em conjunto com a quantificação de citocinas no lisado tumoral e no soro, em animais eutanasiados após desafio tumoral. Avaliações do estado geral dos animais e do crescimento tumoral foram realizadas diariamente até aproximadamente 26 dias após inoculação das células tumorais. Os resultados obtidos sugerem que o tratamento Va 12DH e Va 5LM de Quercus robur promovem aumento da sobrevida, aumento do peso corporal, bem como tendência ao aumento da qualidade de vida dos animais visto que estes apresentaram manifestações clínicas posteriormente quando comparados aos demais grupos de tratamento, embora não impeça a progressão do tumor. Esses resultados abrem perspectivas promissoras para os efeitos do Va ultradiluído, principalmente relacionados ao Va 5LM devido à escassez de estudos sobre esta ultradiluição, além de darem suporte à necessidade de mais pesquisas
Palavras-chave: câncer; melanoma; viscum album; homeopatia.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas
Autor(a): Suham Nowrooz Mohammad
Orientador(a): Profa. Dra. Elizabeth Cristina Perez Hurtado
Data da defesa: 30/06/2023
Resumo:
Introdução: As cianobactérias são microrganismos encontrados em diversas partes do mundo, sendo vários gêneros produtores de cianotoxinas. Verificou-se que as potências homeopáticas modulam a toxicidade em diferentes modelos biológicos, e o presente estudo procura descobrir se esse também pode ser o caso das cianobactérias. Objetivos: a) investigar os efeitos potenciais de potências homeopáticas na resiliência de embriões de Artemia franciscana (camarão-de-salmoura) à saxitoxina (cianotoxina) e no crescimento de Raphidiopsis raciborskii in vitro; b) verificar a correspondência dos parâmetros físico-químicos das potências específicas com os respectivos efeitos biológicos. Método: Cistos de Artemia franciscana foram cultivados em água do mar em placas de 96 poços para avaliar a taxa de eclosão, vitalidade e expressão gênica de proteínas de choque térmico (Hsp), após serem desafiados com extrato de R. raciborskii contendo 2,5 µg/litro de saxitoxina e tratados com diferentes potências homeopáticas. Culturas de R. raciborskii mantidas em meio ASM-1 foram igualmente tratadas com potências homeopáticas, e seu crescimento foi monitorado em função do tempo. As propriedades físico-químicas dos respectivos meios aquosos foram avaliadas por interação com corantes solvatocrômicos e medidas de pH, condutividade e temperatura. A avaliação da expressão gênica de proteínas de choque térmico foi realizada com as amostras de Artemia franciscana. Resultados: Observou-se menor taxa de eclosão de cistos de Artemia franciscana após tratamento com Nitric acidum 6cH (p=0,03), e reversão completa da toxicidade com aumento da expressão gênica de Hsp26 e p26 após tratamento com isoterápico (extrato de R. raciborskii) 200cH (p≤0,02). O Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH limitaram o crescimento exponencial das cianobactérias (p≤0,003) independentemente de sua concentração. A cumarina 7 provou ser um marcador para o Nitric acidum 6cH e isoterápico 200cH, mesmo quando inserido na água do mar. O vermelho do Nilo mostrou ser um marcador para o Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH, mesmo quando inserido em meio ASM-1 (p≤0,05). Observou-se aumento do pH e efeitos endo/exotérmicos do meio ASM-1 após esses tratamentos (p≤0,007). As análises físico-químicas foram otimizadas após a prévia submissão das amostras a fluxo magnético médio de 2400 Gauss, de forma constante e unidirecional. Conclusão: O isoterápico 200cH melhorou a biorresiliência da Artemia franciscana à própria saxitoxina; O Nitric acidum 200cH e Mercurius solubilis 30cH limitaram o crescimento de R. raciborskii. Em todos os casos, as potências homeopáticas que apresentaram efeito biológico foram passíveis de rastreamento no meio aquoso usando corantes solvatocrômicos, em especial quando as amostras foram submetidas ao campo magnético. Os resultados apontam para o potencial da homeopatia na mitigação de problemas ambientais relacionados à qualidade da água.
Palavras-chave: saxitoxinas; Artemia franciscana; bioresiliência; água; Hsp; ecotoxicologia
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Atividades biológicas, farmacológicas e toxicológicas de produtos naturais
Autor(a): Alicia Herrera Gutierrez
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Anete Lallo
Data da defesa: 22/08/2023
Resumo:
As vesículas extracelulares (EVs) compreendem um grupo heterogêneo de vesículas limitadas por membrana carregadas com conteúdo proteico, lipídico e por ácidos nucléicos, sendo responsáveis por parte da comunicação celular. As células B-1 constituem um subtipo de linfócitos que produzem anticorpos naturais e grandes quantidades de IL-10. Contra o microsporídio Encephalitozoon cuniculi, a presença de células B-1 ou de fagócitos derivados de B-1 modulou o perfil de macrófagos para M1, com maior atividade microbicida e as células B-1 apresentavam muitas EVs, indicativo de que a comunicação entre as células poderia ser mediada pelas mesmas. Assim, o objetivo da presente investigação foi caracterizar ultraestruturalmente as EVs liberadas por células B-1 infectadas pelo E. cuniculi. Para tal, células B-1 foram obtidas de lavados peritoneais de camundongos Balb/c, enriquecidas em coluna magnéticas e infectadas (EVs Infected) ou não (EVs Uninfected) com E. cuniculi. As EVs e as células foram analisadas em relação ao tamanho, concentração, morfologia em microscopia eletrônica de transmissão e varredura. E. cuniculi determinou maior quantidade e diversidade de EVs produzidas por células B-1. As culturas mostraram células B-1, assim como B-1 cell-derivade phagocytes (B-1 CDP). Clusters de exossomos, também nomeados de vesículas intraluminais (ILVs), estavam envolvidos por uma membrana em continuidade à membrana plasmática das células B-1 caracterizavam as EVs conhecidas como carga multivesicular (MVC). O diâmetro médio das ILVs contidos pelos MVC foi de 68,5 ± 17,42 nm. Os migrassomos corresponderam aos clusters de exossomos localizados em projeção da membrana citoplasmática. Os ectossomos tinham origem por brotamentos da membrana plasmática. Os resultados permitiram demonstrar que as células B-1 produzem EVs de natureza diversificada incluindo exossomos, cargas multivesiculares e migrassomos, com expressivo aumento de produção causado pela infecção com E. cuniculi.
Palavras-chave: Células B-1, Exossomos, Ectossomos, carga multivesicular, migrassomos.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Influência das células b-1 ou de suas vesículas extracelulares na atividade de células imunes efetoras na microsporidiose
Autor(a): Ana Claudia Silva Sampaio
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Martha Bernardi
Data da defesa: 24/08/2023
Resumo:
O avanço da obesidade infanto-juvenil em todo o mundo é alvo da preocupação de diversas organizações de saúde pública. Indivíduos obesos são predispostos a desenvolver inúmeras doenças, entre elas a depressão. A obesidade e a depressão possuem uma relação causal bidirecional, mas os mecanismos acerca deste vínculo permanecem obscuros. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da supernutrição neonatal em ratos machos nas possíveis alterações relacionadas ao comportamento tipo-depressivo por meio de parâmetros neuroquímicos e moleculares e elucidar estas alterações pelo prisma epigenético. Para tanto, a prole de ratas do grupo controle (GC) foi padronizada com 8 filhotes/ninhada e a do grupo experimental, denominado grupo supernutrição (GS), teve a ninhada reduzida para 4 filhotes para indução de sobrepeso/obesidade. Os filhotes machos foram pesados nos dias pós-natais (DPNs) 2, 9, 21 e 31 para avaliação ponderal. Aos 31 dias de idade, foram realizados os testes de natação forçada (TNF) e de autolimpeza à sacarose (Splash test) sendo, em seguida, submetidos à eutanásia. O hipocampo (HC) e córtex pré-frontal (CPF) foram coletados para a dosagem de neurotransmissores e avaliação molecular do fator REST/NRSF. Os resultados evidenciaram que, em relação ao grupo GC, os animais GS exibiram na idade pré-púbere: 1) Aumento de massa e do ganho de massa nos DPNs 21 e 31; 2) Diminuição da latência para primeira imobilidade e do número de escaladas, com aumento do tempo de imobilidade no teste de natação forçada, além da diminuição do tempo de autolimpeza no Splash test; 3) Redução da atividade do sistema serotoninérgico no hipocampo e no córtex pré-frontal e menores níveis de seu metabólito 5-HIAA no hipocampo; 4) Aumento da expressão gênica do receptor de serotonina 5-HT1A (HTR1A) no hipocampo; 5) Diminuição da expressão gênica de REST/NRSF no hipocampo e córtex pré-frontal; 6) Aumento de DNMT3B e diminuição de DNMT1 no hipocampo; 7) aumento de TET1 e diminuição de TET2 no hipocampo, e diminuição de TET1 e TET3 e aumento da TET2 no córtex pré-frontal. Em conjunto, esses dados mostram que os animais supernutridos no período lactacional apresentaram sobrepeso, comportaento tipo-depressivo e desregulação da repressão gênica do receptor de serotonina 5-HT1A (HTR1A) na idade pré-púbere.
Palavras-chave: obesidade infantil; hipernutrição pós-natal; doenças neuropsiquiátricas; receptor 5-HT1A; metilação do dna.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Investigação dos efeitos da supernutrição neonatal no comportamento tipo-depressivo de ratos machos submetidos ao modelo de redução da ninhada: relações com o fator REST/NRSF
Autor(a): Debora de Oliveira Mares Silvestro
Orientador(a): Profa. Dra. Elizabeth Cristina Perez Hurtado
Data da defesa: 30/08/2023
Resumo:
Nanotubos de tunelamento (TNTs) são pontes citoplasmáticas que medeiam interações entre diferentes tipos celulares. No câncer, o aumento de TNTs está diretamente relacionado com a aquisição de maior potencial agressivo pelas células tumorais. Estudos recentes com macrófagos mostraram que a formação dos TNTs está associada de forma direta ao aumento da proteína Tnfaip2, entretanto nas células tumorais essa associação não foi investigada por completo. Assim, uma vez que macrófagos presentes no microambiente tumoral interagem direta ou indiretamente com células tumorais e participam ativamente de todas as etapas da tumorigênese, o intuito do presente estudo foi avaliar a expressão e regulação epigenética da proteína Tnfaip2 nas células de adenocarcinoma mamário antes e após interações com macrófagos. Para isto, células de adenocarcinoma mamário 4T1(células 4T1) cultivadas sozinhas ou, com macrófagos RAW 264.7 ou seu sobrenadante, mantidas por 12, 24 e 48 horas, foram submetidas a analises por microscopia de luz e citometria de fluxo para determinação do número de estruturas tipo TNTs e, quantificação da expressão da proteína Tnfaip2, respectivamente. Em paralelo, coculturas de macrófagos e células 4T1 após 48 h, foram submetidas à separação por cell sorter, para análises da expressão gênica do Tnfaip2 em ambas as células, por qPCR. Adicionalmente, foram realizadas análises da expressão de transcritos de sete microRNAs (miR-145, miR-184, miR-221, miR-3103, miR-3569, miR-5107 e miR-7066), envolvidos na regulação da expressão de Tnfaip2. Os dados aqui obtidos demonstraram aumento expressivo de projeções citoplasmáticas tipo TNTs nos cocultivos de células 4T1 com macrófagos, com reduzida expressão da proteína Tnfaip2 em células 4T1 após interações com macrófagos. Em contraste, análises de expressão gênica mostraram aumento dos transcritos de Tnfaip2 e dos microRNAs avaliados nas células 4T1 após interação com macrófagos. Em paralelo, análises de wound healing sugerem diminuição na capacidade migratória das células 4T1 também após contato com macrófagos. Em conjunto, os resultados aqui apresentados sugerem que interações físicas com macrófagos induzem menor potencial agressivo das células 4T1, mediado provavelmente pela expressão de microRNAs envolvidos na regulação pós-transcricional da proteína Tnfaip2, gene envolvido com progressão celular e metástases.
Palavras-chave: câncer de mama; fagócitos; comunicação intercelular; nanotubos de tunelamento; extensões citoplasmáticas; M-Sec; mecanismos epigenéticos.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
Estudo das interações de componentes celulares e molecularesdo microambiente tumoral em modelos de melanoma e adenocarcinoma mamário
Autor(a): Pablo de Carvalho Domingues
Orientador(a): Profa. Dra. Ivana Barbosa Suffredini
Data da defesa: 13/12/2023
Resumo:
O câncer de mama é a segunda neoplasia mais incidente em mulheres. A apoptose regula a recomposição fisiológico-funcional do organismo, bem como no controle do crescimento de células tumorais, quando ocorre alterações nos genes e proteínas envolvidos nesta via. O presente estudo visa à observação do comportamento do extrato na indução à apoptose em células de tumor de mama metastático, em comparação com células normais. Foram feitas avaliações de morte celular e avaliação do ciclo celular, para determinação da fase do ciclo mitótico interrompido pelo extrato, ambos por citometria de fluxo.Também está sendo realizado a quantificação das proteinas totais para posterior quantificação das proteinas relacionadas a apoptose. Foram feitos estudos da expressão para os genes envolvidos na apoptose. Foram realizados ensaios imunoenzimáticos. Com este estudo foi verificado que o extrato de Guatteria riparia induz à apoptose em células metastáticas e em células normais. em termos da capacidade de permanência em determinada etapa do ciclo celular, N1091 e suas fases de partição proporcionaram a permanência em G2 e em menor intensidade, G1, das células normais de mama MCF-10A . Já as células de tumor metastático MDA-MB-231 não apresentaram interrupção em uma fase específica do ciclo celular, embora haja maior quantidade de células em G2 e em S, o que demonstra um relativo controle no crescimento das células tumorais ocasionado pelo extrato N1091. Em termos de indução à apoptose, observou-se que N1091 induziu maior porcentagem de apoptose nas células normais de mama, enquanto N1091 e N1091-15 induziram as células MDA-MB-231 à apoptose em maior porcentagem, embora N1091-14 e 1901-16 induziram maior expressão de determinados genes, como BCL-2, BAX e MCL-2, e de proteínas como BAD, Caspase-9 e p53, em relação á célula normal, o que indica uma possível ação dos tratamentos na indução à apoptose pela via intrínseca Os resultados até aquí obtidos demonstram um alto potencial indutor de apoptose do extrato N1091 e suas fases de partição, o que contribui para a continuidade dessa pesquisa em relação à utilização de agentes naturais como princípios antitumorais
Palavras-chave: morte celular, célula tumoral, floresta amazônica, metástase , citometria de fluxo
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Ecotoxicologia e Inovações Terapêuticas
Título:
Crotoxina induz o inflamassoma NLRP3 e resposta inflamatória Th1 e Th17 contra a encefalitozoonose experimental em camundongos
Autor(a): João Lourival de Souza Junior
Orientador(a): Profa. Dra. Maria Anete Lallo
Data da defesa: 21/12/2023
Resumo:
Encephalitozoon cuniculi são fungos atípicos, oportunistas, intracelulares obrigatórios que infectam hospedeiros vertebrados e que possuem extrema habilidade de manipular a resposta imune e sobreviver no hospedeiro. A crotoxina (CTX), bioativo isolado do veneno da serpente Crotalus durissus terrificus, demonstra capacidade de modificar a reposta imune. Macrófagos desafiados com E. cuniculi e tratados com CTX apresentaram maior atividade microbicida e perfil M1, revertendo o predomínio do perfil M2 provocado pelo patógeno. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos da CTX sobre a resposta imune desenvolvida na infecção pelo E. cuniculi em camundongos. Para tal, camundongos imunossuprimidos com ciclofosfamida (Cy) foram infectados com esporos de E. cuniculi e após 7 dias tratados com uma dose CTX. Aos 14 dias de infecção foi realizada a eutanásia dos animais, seguida da análise de citocinas Th1, Th2 e Th17 no plasma, quantificação fenotípica de macrófagos e linfócitos no lavado peritoneal e no baço, análise histopatológica e mensuração da carga fúngica no fígado, e quantificação das expressões de mRNA para o inflamassoma NLRP3 em leucócitos circulantes. Conforme esperado, a Cy reduziu as populações de macrófagos e linfócitos. Contudo, camundongos infectados com E. cuniculi e tratados com CTX tinham maior perfil de citocinas inflamatórias Th1 e Th17, ativação do inflamassoma NLRP3 e os linfócitos T CD4 e T CD8 tinham aumento da expressão de IFN-γ associados a redução da carga fúngica. Ao contrário, nos camundongos não tratados com CTX, a infecção resultou em maior perda de peso, aumento apenas de citocinas Th1, baixa expressão do inflamassoma NLRP3 e menor expressão de IFN-γ em os linfócitos T CD4 e T CD8. Concluímos que o tratamento com CTX modulou a resposta imune para um perfil mais pró-inflamatório, com atividade demonstrada do inflamassoma NLRP3 ativado, resultando em maior atividade microbicida contra E. cuniculi em camundongos imunossuprimidos com Cy e infectados.
Palavras-chave: Citocinas; Imunomodulação; Inflamação; Microsporídios; Zoonose.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq:
CLININFEC - Clínica e doenças infecciosas veterinárias
Autor(a): Nathália de Andrade Galvão
Orientador(a): Prof. Dra. Thiago Berti Kirsten
Data da defesa: 21/12/2023
Resumo:
A intolerância à lactose (IL) afeta muitas pessoas, com sintomas como diarreia e dor abdominal, mas seus mecanismos são desconhecidos. Mulheres são mais reportadas e têm sido descritas correlações com prejuízos psiquiátricos e reprodutivos. O objetivo do trabalho foi de avaliar se a IL induz prejuízos psiquiátricos e reprodutivos femininos, estudando mecanismos locais, sistêmicos e centrais. Foram desenvolvidos dois modelos experimentais de IL com o fornecimento de dietas ricas em lactose: solução com 14% de lactose e fórmula comercial de leite em pó para o uso infantil por 14 dias seguidos. Foram avaliados em ratas adultas: as cíbalas fecais, o peso corporal, o consumo das dietas, comportamentos relacionados à atividade motora e ansiedade, a morfologia (histopatologia e morfometria) de órgãos reprodutivos e entérica e a expressão de genes-chave do eixo hipotálamo-hipófise- gonadal (HHG) e intestinal. Os resultados revelaram que as concentrações superiores a 14% (50, 35 e 25%) de lactose cristalizaram e prejudicaram o consumo. A solução de 14% não apresentou alterações físico-químicas e resultou em boa palatabilidade. Essa solução de lactose e a fórmula comercial prejudicaram a consistência das cíbalas fecais a partir do dia 4. O comportamento foi afetado: efeito ansiogênico. Foi verificada hipertrofia epitelial uterina e aumento na espessura do miométrio. O estudo entérico revelou infiltração linfoplasmocítica, linfangiectasia, fusão de vilosidades, arrasamento criptal, diminuição do número de enterócitos, aumento do número de linfócitos e diminuição da expressão gênica de triptofano hidroxilase (Tph)1. As expressões de GnRh, kisspeptina, receptores de progesterona, LH e FSH e do fator de ligação imunomodulador de progesterona 1 aumentaram. Concluindo, ambas as dietas (lactose 14% e fórmula comercial) revelaram-se eficientes como modelos experimentais de IL. A hipótese que associa a IL com a maior prevalência a distúrbios psiquiátricos foi corroborada pelos achados de ansiedade e explicada pela diminuição da expressão de Tph1 intestinal com consequente prejuízo em vilosidades e criptas. A hipótese que associa a IL a prejuízos reprodutivos foi corroborada por achados morfológicos uterinos. O eixo HHG demonstrou-se chave na interface da IL com a reprodução, com modulação de genes de proteínas, hormônios e de seus receptores. A fórmula comercial induziu efeitos mais marcantes. Este trabalho abre perspectivas no diagnóstico e no tratamento de pacientes com IL, inclusive para comorbidades psiquiátricas e reprodutivas.
Palavras-chave: Diarreia; Modelo experimental; Reprodução; Ratos; Eixo hipotálamo-hipófise-gonadal; Intestino.
Área de Concentração: Patologia Ambiental e Experimental.
Linha de Pesquisa: Patologia Integrada e Translacional
