Autor(a): Cristiano Sanches Alves
Orientador(a): Prof. Dr. Paulo Eduardo Benzoni
Data: 17/06/2024
Resumo: A relação indivíduo-trabalho, sobretudo relacionada com a cultura organizacional, tem sido fonte de grande preocupação. Dessas considerações, entendeu-se que se fez necessário a compreensão multifatorial da questão saúde mental e trabalho que envolve, entre outras variáveis, a boa integração do indivíduo com a cultura organizacional por meio da comunicação organizacional. Objetivou-se, nesse relato de experiência, analisar o alcance de uma ação de comunicação organizacional por meio do endomarketing, fundamentada na Psicologia Cognitiva-Comportamental e voltada a geração de mudanças culturais, promoção da civilidade no ambiente de trabalho, melhor autogerenciamento do estresse e, consequentemente, promoção da saúde mental. É relatada a experiência de uma intervenção realizada em um hotel no interior de São Paulo. A intervenção compreendeu três etapas subsequentes: 1) teste para diagnóstico organizacional por meio de instrumentos quantitativos (IBACO – Inventário Brasileiro de Cultura Organizacional, IPEEB – Inventário de Percepção de Estresse e Estressores de Benzoni, ECT – Escala de Civilidade no Trabalho e ESIT – Escala Simples de Incivilidade no Trabalho); 2) intervenção por meio de uma campanha de endomarketing e 3) reteste para identificação do alcance da intervenção, com os mesmos instrumentos utilizados na fase de teste. A campanha de endomarketing balizou-se nos resultados destacados no diagnóstico e foi realizada por meio de quatro cartazes A4 e quatro disparos de e-mails marketing, para os trabalhadores. Para verificar o alcance, foram analisados os dados de 21 funcionários que responderam os instrumentos na fase de diagnóstico, com 10 que responderam os mesmos instrumentos na fase de reteste. Referente à cultura organizacional, os resultados comparativos das fases de teste e reteste mostraram que os percentuais de percepção de valorização do Profissionalismo cooperativo, Satisfação e bem-estar dos empregados, Recompensa e treinamento e Promoção do relacionamento interpessoal apresentaram percentuais maiores de valorização após a ação de endomarketing; quanto à percepção de estresse e estressores, não houve diferenças significativas nos fatores avaliados, entre o teste e o reteste, porém, observou-se que todos os fatores avaliados se mostraram com um percentual inferior de pesquisados com percepção de estresse acima da média populacional, bem como um percentual maior de pesquisados dentro da média no reteste. Especial atenção dá-se aos itens do IPEEB que se mostraram com queda significativa (p ≤ 0,05) do teste para o reteste, sendo esses: Observo um desânimo geral nas pessoas onde trabalho (Teste = 1,48 e Reteste = 0,50), Fico remoendo os problemas o tempo todo (Teste = 1,52 e Reteste = 0,90) e Minha vida pessoal está muito desorganizada (Teste = 1,33 e Reteste = 0,40). A avaliação de incivilidade no trabalho, medida pela ESIT, apresentou redução em todos os itens, porém, sem apresentar diferenças significativas. Os resultados apontaram para um alcance positivo da ação de endomarketing realizada, proporcionando diretrizes importantes para futuras ações do gênero.
Palavras-chave: Estresse; Comunicação Organizacional; Saúde Mental; Endomarketing.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Juliana dos Santos Shikanai
Orientador(a): Profa. Dra. Angela Cristina Pontes Fernandes
Data: 21/06/2024
Resumo: O caráter disruptivo da situação de violação de direitos na infância repercute no processo de desenvolvimento cognitivo e psicossocial do sujeito acometido, com impacto ao longo de sua vida. Este estudo tem como objetivo investigar o perfil neuropsicológico de crianças em situação de acolhimento institucional, em uma instituição do interior paulista. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e com coleta de dados. A amostra, selecionada por conveniência, foi composta por 5 (cinco) crianças, entre 8 e 12 anos, atendidas pela instituição Associação Bethel Casas Lares, no período de setembro a dezembro de 2024, que passaram por avaliação neuropsicológica. Foram utilizados os instrumentos NEUPSILIN-INF e SSRS. Métodos de estatística descritiva foram utilizados para a descrição e organização dos dados obtidos. O tempo de institucionalização dos participantes avaliados variou de 1 a 7 meses, por motivos de: incapacidade parental em exercer o cuidado; abuso de drogas ou problemas mentais; violência e situação de rua. Os resultados obtidos demonstraram a preservação de alguns domínios cognitivos (Atenção, Percepção visual, Memória e Linguagem Oral), mas o comprometimento de importantes funções como Orientação, Linguagem Escrita e Habilidades Aritméticas. Houve a percepção de um adequado repertório geral de habilidades sociais pelos educadores, mas indicadores de alterações comportamentais extermalizantes. Destaca-se a necessidade de um olhar cuidadoso sobre o desenvolvimento cognitivo e comportamental de crianças acolhidas, como forma de garantir a singularidade do atendimento, com vistas ao pleno desenvolvimento desta população, preservação e fortalecimento dos vínculos familiares, auxílio na desinstitucionalização, e no acompanhamento posterior.
Palavras-chave: Acolhimento Institucional; Avaliação Neuropsicológica; Desenvolvimento Infantil.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental e os diferentes contextos institucionais de desenvolvimento da criança e do adolescente.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Mariana de Fátima Camila Nascimento Ono Reveles
Orientador(a): Profa. Dra. Selma Aparecida Geraldo Benzoni
Data: 21/06/2024
Resumo: Na teoria do apego de Bowlby, o bebê precisa de um adulto para sobreviver e necessita da proximidade desse adulto para obter segurança e conforto, o que impacta no seu desenvolvimento físico e emocional. A mulher, normalmente, é quem presta o cuidado, no entanto, com a sua entrada no mercado de trabalho associada ao apreço pela profissão, estas passaram a acumular funções. Busca-se verificar se há relação entre o estilo de apego geral da gestante, com pessoas da família de origem, com o companheiro e o apego materno-fetal no terceiro trimestre e se há uma interferência do estilo de apego na relação com o trabalho e à maternidade. Para tanto, foi realizada uma pesquisa clínico-qualitativa e exploratória com três gestantes, primigestas, no terceiro trimestre de gestação, com ensino superior completo, que trabalhassem atualmente de forma autônoma e não apresentassem quadro psiquiátrico atual. Foram usados como instrumentos de pesquisa entrevistas semiestruturadas (inicial e no puerpério), ECR-RS, MFAS, e desenho-estória temático. Os resultados encontrados apontaram que as gestantes com apego seguro tiveram níveis de apego materno-fetal mais altos que a gestante com apego inseguro temeroso e, com relação ao trabalho, duas gestantes seguiram a profissão e uma voltou para a atividade laboral anterior após finalizar a graduação, as três participantes se programaram para interromper a atividade laboral no puerpério, porém, dentro deste período, uma delas precisou retornar ao trabalho mais rápido, um mês após o parto, sendo a única com apego inseguro e que não vive com o companheiro, apresentando ansiedade e acúmulo de papéis. As outras duas, com apego seguro, retornaram ao trabalho após o segundo mês do bebê de forma gradual e contando com o apoio dos companheiros e uma delas da família de origem. Todas as participantes mostram que a relação com o bebê no puerpério foi prioridade, isto é, a relação mãe-bebê se sobrepõe a relação de conjugalidade e ao trabalho; e todas necessitaram de rede de apoio.
Palavras-chave: Estilo de apego; Gestação; Trabalho autônomo; Bowlby.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Vanessa Adriene de Sales
Orientador(a): Profa. Dra. Isabel Cristina Carniel
Data: 21/06/2024
Resumo: As Unidades Básicas de Saúde (UBS) configuram-se como uma das portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), que é considerado uma das maiores conquistas Brasileiras até o momento. Dentre os profissionais que constituem a UBS, encontra-se o psicólogo, que realiza atendimentos individuais, em grupo, visitas domiciliares, atendimentos em outras instituições, dentre outros. Atualmente, é possível afirmar que existe um alto número de encaminhamentos de crianças e adolescentes com sintomas ansiosos e depressivos para a UBS, no entanto, quando chamados para o acompanhamento psicológico, eles não aderem às propostas disponíveis. Em contrapartida, após acolhimentos realizados pela autora deste estudo em uma Escola Estadual no interior do estado de Minas Gerais, notou-se que os adolescentes participaram dos atendimentos de maneira expressiva. Com isso, o objetivo da pesquisa qualitativa exploratória e de campo em questão é compreender, após a realização de alguns grupos operativos em psicoterapia com adolescentes, se a experiência de ter um espaço no interior de uma Escola Estadual para falar sobre as questões que permeiam a existência foi significativa. A pesquisa só foi iniciada após a aprovação do comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paulista de Ribeirão Preto e após a assinatura do Termo de Assentimento pelos adolescentes e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos responsáveis. Os dois grupos com os adolescentes foram realizados na própria escola, em um local reservado, podendo contar com no máximo 10 alunos por grupo, estando estes livres para saírem quando quisessem, compreendendo que se tratava de um grupo aberto. A metodologia utilizada para a coleta de dados se apoiou na psicologia social argentina, inserindo-se no campo das propostas qualitativas. Para este estudo foram realizados 4 encontros grupais com a tarefa em psicoterapia e 1 último encontro em grupo com a tarefa avaliativa. Para a avaliação, foi utilizada uma entrevista não diretiva que contou com uma questão norteadora: “Como foi para vocês ter esse espaço na escola para falar sobre suas questões?”. Posteriormente, foi realizada a análise temática dos dados propostas por Minayo (1999), que possibilitou o encontro de alguns temas para discussão. Os temas foram subdivididos em três grandes grupos, sendo: grupo operativo avaliativo com o ensino fundamental, grupo operativo avaliativo com o ensino médio, e os limites e alcances da experiência de grupo, este último constituído por temas em comum de ambos os grupos, fundamental e médio. Após a análise e interpretação do material, observou-se a relevância do trabalho, pois os adolescentes demonstraram interesse em participar dos grupos, compartilharam suas experiências e vivências. Ademais, o trabalho possibilitou a identificação de alguns limites, como a não autorização dos responsáveis e questões que envolvem aspectos políticos. Nota-se a contribuição da pesquisa para adolescentes, instituição escolar e sociedade em si, contribuindo para um conhecimento mais abrangente na área da adolescência.
Palavras-chave: Unidade Básica de Saúde; Adolescentes; Grupo; Escola; Fenomenologia.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Autor(a): Veridiana de Figueiredo Falleiros Padula
Orientador(a): Profa. Dra. Isabel Cristina Carniel
Data: 20/06/2024
Resumo: O estudo aborda as complexas experiências de indivíduos que sobreviveram a tentativas de suicídio, pelo olhar de profissionais da saúde que relatam também seus enfrentamentos. Inspirado pela ontologia de Martin Heidegger, discute-se a contemporânea positividade tóxica, em meio à chamada "era da técnica". O principal objetivo deste trabalho é investigar as vivências de pessoas que tentaram suicídio pelo olhar e cuidados de psicológicos, recebidos sob abordagem fenomenológica-existencial, como os profissionais influenciam os processos de enfrentamento e superação. Utilizando uma abordagem qualitativa, este estudo emprega a análise de conteúdo temática para examinar os dados obtidos por meio de entrevistas com duas perguntas: “Você já atendeu ou atende pessoas com ideação suicida? / Como você descreve que os atendimentos afetam sua vida profissional e pessoal?” com profissionais da psicologia que possuem experiência no atendimento a sobreviventes de tentativas de suicídio. A análise fenomenológico-existencial é adotada para interpretar os dados, alinhando-se à especialidade da autora e aos estudos recentes na área. Todas as entrevistas e procedimentos foram conduzidos seguindo rigorosamente as normas éticas pertinentes. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Paulista. Por meio da leitura fenomenológico-existencial dos dados coletados, buscou-se compreender as nuances das experiências relatadas pelos profissionais, assim como as percepções e sentimentos dos indivíduos que sobreviveram a tentativas de suicídio. Os resultados revelam uma gama de enfrentamentos e superações experimentadas por sobreviventes de tentativas de suicídio, relatadas por profissionais, além de seu próprio enfrentamento bem como destacam a importância de uma abordagem fenomenológico-existencial no atendimento psicológico. A discussão aponta para a necessidade de estratégias de cuidado que reconheçam a complexidade das experiências de vida e morte desses indivíduos, promovendo um atendimento mais humano e empático. Destaca-se a urgência em desenvolver estratégias de atendimento que sejam eficazes na promoção do bem-estar e na prevenção do suicídio.
Palavras-chave: Psicologia; Análise de Conteúdo; Ideação Suicida; Fenomenologia-existencial.
Área de Concentração: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.
Linha de Pesquisa: Saúde mental do adulto nos diferentes contextos institucionais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Saúde Mental nos Contextos Institucionais.