Memória e Nomadismo na Cultura Audiovisual Brasileira da Década de 1950: Por Uma Oralidade Reconfigurada

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação

Ementa

Abordagem do processo de nomadismo e movência (Zumthor) nas linguagens midiáticas em que o componente da oralidade se faz presente, a despeito da prevalência do aspecto visual da linguagem, sobretudo, na década de 1950, quando a transição se dá a partir de procedimentos metalinguísticos, tais como a paródia, a ironia e a transfiguração kitsch. Análise comparativa de obras para estudar o trânsito entre arte culta e o espetáculo de entretenimento popular, bem como investigar como elementos morfológicos de uma dada obra estabelecem uma semântica própria e de longa duração.

Bibliografia

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Filmografia

A hora mágica. Longametragem. Dir. Guilherme de Almeida Prado, Raiz Produções. 1998.
A viagem do capitão Tornado. Longametragem. Dir. Ettore Scola, Lume Filmes, 1990.
Nem Sansão nem Dalila. Longamentragem. Dir. Carlos Manga. Atlântida, 1954.
O barbeiro que se vira. Longamentragem. Dir. Eurides Ramos. Vera Cruz, 1957.
Sansão e Dalila. Longametragem. Dir. Cecil B. de Mille. Paramount, 1950.