Autor(a): Heloisa Helena Ribeiro de Castro
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 12/06/2017
Resumo: Estamos envelhecendo rapidamente. Hoje, uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais, em 2050 essa proporção deverá ser de uma em cada cinco pessoas. Isso nos traz implicações sociais, econômicas, culturais, além de mudanças comportamentais que não podem ser ignoradas. O problema que se apresenta atualmente é que, a despeito da importância do envelhecimento na sociedade atual, no ambiente midiático, especialmente na internet, o espaço destinado ao processo se vincula a uma visão estereotipada que esvazia a realidade e que aqui denominamos “apagamento da velhice”. A presente tese trouxe a hipótese que o portal UOL está nos distanciando, e aos velhos também, de uma realidade nacional vivenciada por grande parte da população idosa do país. Efetivamos, inicialmente, uma pesquisa exploratória bibliográfica para, por meio de autores como Muniz Sodré, Edgar Morin, Malena Contrera, Norval Baitello Júnior, Jean Baudrillard, percebermos como a mídia constrói significados, exercendo poder mediante o excesso de visibilidade, mas com o intuito de esgotar, de apagar modelos clássicos de representação e criar novos modelos que servirão a uma lógica de mercado que tem como fundamento a padronização. Para o corpus da pesquisa foram selecionadas noventa matérias que versam sobre velhice, velho, envelhecimento, inseridas no Portal UOL, e seus redirecionamentos, entre 2013 e 2015. O exame documental se deu com a análise de conteúdo das mensagens, mostrando que a mídia constrói significados sob os auspícios da neofilia. Diante dessa construção que “coisifica” o velho, alertamos que a troca constante entre o eu, o outro e suas representações, evidenciam a porosidade humana em relação ao meio ambiente, criando pressões sobre o envelhecimento.
Palavras-chave: Velho; Envelhecimento; Mídia Eletrônica; Representação Midiática; Imaginário.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Sérgio Pinheiro da Silva
Orientador(a): Antônio Adami
Data da defesa: 19/06/2017
Resumo: Este trabalho estuda o ambiente laboratorial da Rádio Gazeta AM, emissora mantida pela Faculdade Cásper Líbero. Desde 1947, a Fundação Cásper Líbero atua no ensino de Comunicação em cursos de graduação e pós-graduação, sendo uma das principais instituições do campo. A história do meio e do ensino de jornalismo dá início a esta pesquisa que, aliás, se realiza parcialmente nas dependências da Gazeta. Sua rádio universitária é um espaço que não só promove uma programação direcionada à comunidade acadêmica, mas também tem a função de proporcionar aos alunos um ambiente de aprendizado e formação profissional. Na emissora em questão, o estudante da Faculdade Cásper Líbero pode atuar como colaborador, monitor ou estagiário, cada um com um espaço de atuação conforme adquire experiência na emissora. A Legislação Brasileira, por sua vez, proporciona caminhos de modo a influenciar na programação da rádio e, neste sentido, observamos a produção dos programas da Rádio Gazeta AM. Com apoio nos estudos de teóricos do rádio – Armand Balsebre, Artur Ferraretto, Norval Baitello Júnior, Renato Ortiz, entre outros – observamos o uso do meio. Por fim, observamos a Gazeta AM e realizamos entrevistas com estagiários, ex-estagiários e funcionários que vivem e viveram o dia a dia da emissora de forma a depreender como o ambiente laboratorial da Rádio Gazeta AM une profissionalismo e aprendizado.
Palavras-chave: Rádio Universitária; Gazeta AM; Faculdade Cásper Líbero; Rádio e Cultura; Vínculos Sonoros.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): José Marcelo Martins
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 19/06/2017
Resumo: É comum na cultura brasileira julgarmos o fato de que algo não pertencente ao nosso universo tenha que ser automaticamente seu opositor; quase como uma trama entre o “bem e o mal”, o “céu e o inferno”, o “sacro e o profano”. Nosso tema central é um segmento da música popular brasileira que absorveu influência da música erudita em sua estrutura, distanciando-se da música popular convencional, colocando em discussão os conceitos sobre música erudita e música popular, questionando a necessidade de criar uma terminologia para designar este hibridismo dentro da música brasileira: música erupopular brasileira. Levantamos a hipótese de que alguns compositores não se enquadram como populares ou eruditos, mas transitam simultaneamente nesses dois segmentos da música brasileira. No corpus desta pesquisa, fizemos um levantamento nas mídias impressas de quais eram os principais jornais e revistas que abordavam a música brasileira de 1922 a 1989, até a criação das orquestras e universidades voltadas a esse segmento musical. Escolhemos como metodologia a pesquisa qualitativa. Na análise bibliográfica, buscamos embasamento teórico e reflexivo em autores que abordam o assunto. Pesquisamos as discussões conceituais sobre folclore e cultura popular/erudita, destacando Jesús Martín-Barbero, Néstor García Canclini, José Miguel Wisnik e Mário de Andrade e contextualizamos a música brasileira na década de 1920, partindo da Semana de Arte Moderna de 1922, devido à grande preocupação dos compositores de inserir elementos da cultura nacional em suas obras.
Palavras-chave: Música; Comunicação; Erudito e Popular; Erupopular; Hibridismo Musical.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Carolina Lara Kallas
Orientador(a): Mauricio Ribeiro da Silva
Data da defesa: 20/06/2017
Resumo: Essa pesquisa objetiva analisar a produção exacerbada de imagens autorreferencias no cenário comunicacional contemporâneo, apresentada pelo fenômeno das selfies. Procura-se responder à seguinte questão: “O que se esconde nesse fenômeno e quais são os elementos arcaicos apropriados por ele”. Tenciona-se analisar a centralidade dos novos aparatos da comunicação e entender suas interferências dentro da cultura no que se refere à construção de vínculos. A hipótese aponta para uma inversão na forma com que nos relacionamos e construímos as imagens na sociedade pós-moderna. Acredita-se que aquilo que permanece nas imagens autorreferenciais é a aparência e não o sentido, assim como a supremacia da técnica. As hipóteses derivadas partem da premissa de que a propagação desenfreada das imagens de si mesmo na atualidade registram uma ausência de presença, que traz consigo o anestesiamento do corpo por meio da exacerbação do sentido visual na ambiência da exposição, fazendo com que o Axis Mundi operante na construção cultural da pós-modernidade tenha como centro os aparatos tecnológicos. Para tanto, realiza-se o prospectivo método de análise, seleção de notícias a respeito do fenômeno, classificação e exame das mesmas, a fim de relacioná-las a um referencial teórico que tem como suporte a Teoria da Complexidade de Edgar Morin, que se baseia em uma teia de relações entre as Teorias da Comunicação e as Teorias da Imagem que buscam suporte na antropologia da imagem desenvolvida por Hans Belting. A partir do referencial teórico, nos apropriamos do conceito de simulacro desenvolvido por Jean Baudrillard; o conceito de iconomania de Günter Andres; o estudo da mimese de Christoph Wulf; as teorias sobre a caixa preta e o conceito de funcionário de Vilém Flusser. Esse arcabouço teórico foi escolhido para abarcar a complexidade do conceito de Iconofagia de Norval Baitello e suas relações com a falta da alteridade na sociedade pós-industrial.
Palavras-chave: Selfie; Teoria da Imagem; Autorreferência.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Elaine Nogueira Dias
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 26/06/2017
Resumo: A telenovela é um produto televisivo que simboliza uma das mais relevantes expressões da cultura popular em todo o mundo, despertando, há décadas, o interesse acadêmico, especialmente quanto ao seu impacto social no que diz respeito às massas de telespectadores. Exploramos, nesta pesquisa, o lugar representativo da teledramaturgia no Reino Unido, tendo como objeto de estudo a telenovela inglesa “Coronation Street”, em produção desde 1960, cuja trama retrata a vida das famílias de classe operária de uma comunidade fictícia do norte do país. O fato de uma telenovela ser produzida e transmitida continuamente por quase 6 décadas constitui um fato pouco comum e pouco conhecido entre as produções seriadas ao redor do mundo e, por esta razão, desperta curiosidade e o especial interesse em sua história e sobrevivência. Portanto, por meio da contextualização histórica sobre as bases da TV britânica e sobre a essência narrativa de “Coronation Street”, verificamos que um dos principais fatores que elucidam o êxito e longevidade desta telenovela é a sua capacidade de se manter relevante em sua representação do cotidiano, o que pode ser compreendido não apenas nos moldes do Realismo Social, mas também no diálogo entre o entretenimento e o serviço de interesse público, entre o poder da televisão como meio de comunicação de massa e gerador de conteúdos de entretenimento dirigido às massas, e o lugar representativo de “Coronation Street” na sociedade inglesa mediante sua narrativa e temáticas.
Palavras-chave: Coronation Street; Telenovela; British Soap; Realismo Social; BBC; ITV.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Flavia Gabriela da Costa Rosa
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 29/08/2017
Resumo: Esta tese trata do tema de como ao longo do tempo, de forma estratégica, as releituras do sagrado feminino no arquétipo da Grande Mãe foram devoradas pelo cristianismo e ressignificadas pela Igreja Católica na figura da Virgem Maria. Nossa pesquisa pretende não apenas fazer uma reflexão sobre o chamariz da figura do feminino, relegada há anos pelas religiões patriarcais, mas lançar luz sobre a instrumentalização de um arquétipo tão forte para servir a uma religião específica, aderindo totalmente à dinâmica da mediosfera. Com o objetivo de refletir sobre a substituição do mito primordial em três diferentes países, usando como exemplo as cidades de Guadalupe (Guadalupe, México), Aparecida (Brasil) e Fátima (Leiria, Portugal), utilizando modernas estratégias de comunicação, veremos que a principal motivação para esta nova identidade que se impõe à Grande Mãe, é conservar a supremacia de uma religião específica, criando um personagem que serve a esta dinâmica. Veremos que, de Creta a Guadalupe, de Éfeso a Aparecida e a Fátima, o mito é o mesmo, a diferença é a releitura do sagrado feminino e sua transformação em um personagem, já que os templos, que estão cada vez mais cheios, e que outrora eram o próprio ventre, também se ressignificaram para atender a este novo perfil de referência. O estudo de três dos templos marianos com maior fluxo de visitantes aponta para uma realidade: no século XXI vemos a tentativa de construção de um personagem de elementos mediáticos, com fortíssimo apelo e que se sobrepõe ao aspecto sagrado de onde ele emerge.
Palavras-chave: Imaginário; Mídia; Mediosfera; Grande Mãe; Templos Marianos.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia Para a Interação Entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Marco Romiti
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 05/09/2017
Resumo: Minha área de interesse e trabalho é o cinema, mais precisamente, a fotografia cinematográfica. Esta investigação, em uma primeira etapa, levanta questões sobre a relação intermidiática entre pintura, fotografia e cinema. A reflexão sobre os ambientes que povoam meu imaginário cinematográfico – as pinturas, a ciência, a narrativa e a própria energia luminosa do espetáculo fílmico – me levou a elaborar a questão de minha pesquisa: “Como se constrói a representação visual das cenas noturnas pelo uso da linguagem fotográfica, nas produções audiovisuais?”. Seguindo as considerações anteriores, este trabalho, em uma segunda etapa, trata do olhar do artista Edward Hopper – pintor americano do século XX, considerado o “pintor da solidão” – sobre a noite. A visão e representação na noite em suas obras. O desenho das luzes e das sombras, a atuação de seu imaginário pictórico em função da atmosfera e dos cenários noturnos. Em contrapartida a Hopper, passa-se a analisar, sob a mesma conjuntura da dramatização e encenação da noite, a visão de dois diretores de fotografia: o italiano Vittorio Storaro e o francês Henri Alekan. Os dois profissionais da imagem cinematográfica expõem seu modo interpretativo, aliando técnica, criatividade e expressão na reprodução e representatividade das cenas noturnas. Por meio da avaliação das obras e das ideias dos três artistas mencionados, este estudo nos leva ao entendimento de que imagens audiovisuais de cenas noturnas são construídas não de forma a recriar a situação “física” real dessas cenas mas, antes, por meio de uma combinação de códigos herdados de outras linguagens visuais como a gravura e a pintura, em combinação com uma abordagem de sintaxe visual que se apoia em conhecimentos da fisiologia e dos mecanismos perceptuais do aparelho visual humano.
Palavras-chave: Hopper; Storaro; Alekan; Noite; Luz; Sombra; Pintura; Cinematografia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.