Autor(a): Wilmar Gomes de Souza
Orientador(a): Mauricio Ribeiro da Silva
Data da defesa: 28/06/2019
Resumo: Este estudo entende que a prática da tatuagem, como uma modalidade de comunicação, transcendeu os limites histórico-culturais e hoje figura como um dos pontos de inflexão das mudanças comportamentais, promovidas sobretudo pela indústria da mídia. A representação do universo pessoal do sujeito e os modos de aparição e desaparição da imagem, expressos nas tatuagens, refletem uma forma de participação social coletiva, partilhada como instrumento de identificação e pertencimento que alimenta uma nova dinâmica social. Dessa forma, considerando a tatuagem como um elemento imagético que se agrega à pele, logo se insere no âmbito da mídia primária, o principal objetivo deste estudo é compreender como os processos midiáticos que ocorrem na mídia terciária imputam transformações no corpo. A partir desse pressuposto, e tendo a tatuagem como vetor de análise, este estudo pretende mapear um movimento que age exclusivamente sobre o consumo das imagens. Assinala como resultado um processo de disseminação e multiplicidade que, ao esvaziar o valor simbólico de tais imagens, promove sua estereotipização e fomenta uma consequente crise de visibilidade. Trata-se de uma investigação teórico qualitativa que visa mapear o percurso de estereotipização da imagem com base em uma das tatuagens da cantora Rihanna. O referencial teórico utilizado para a construção deste estudo considerou especialmente as reflexões de Dietmar Kamper, David Le Breton, Christoph Wulf, Edgar Morin, Gilles Lipovetsky, Jean Baudrillard, Norval Baitello Jr., Paul Virilio e Walter Benjamim, entre outros. Concluiu-se que pensar o corpo em termos culturais é um dos principais aspectos que tem levado as ciências da comunicação a autenticar as reverberações comunicacionais que começam e terminam no corpo. Esse é o ponto inaugural de um movimento que permite que se possa entender as transformações que foram imputadas a este corpo ao longo de toda a sua história somática, e que o tornaram um espaço de reflexão e diálogo.
Palavras-chave: Corpo; Imagem; Tatuagem; Disseminação; Estereotipização.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para a Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Rafael Furlan Lo Giudice
Orientador(a): Carla Montuori Fernandes
Data da defesa: 28/06/2019
Resumo: Nos estudos sobre análise do discurso político, é fundamental verificar como são construídas as narrativas e qual a sua intenção no processo de construção do conteúdo. Com o tema central desta tese, o discurso da crise econômica, veiculado pelos dois jornais de maior circulação nacional do Brasil, Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, será pesquisado no que concerne ao governo Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). O período de análise é voltado aos quatro meses e dez dias de cada mandato, referentes ao ano de 2016. Buscou-se trabalhar com os conceitos de comunicação e política, jornalismo e análise do discurso, assim como analisar a conjuntura do período para entender alguns marcadores discursivos e fatos fundamentais para o processo de análise, que irão sustentar a metodologia, amparada em marcadores do silenciamento total, intertextualidade, escolhas semânticas e heterogeneidade enunciativa. Levantou-se a hipótese de que a cobertura da crise econômica ocorrida durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2016, reforça o discurso de impeachment da presidente petista e que, após Michel Temer assumir a Presidência do Brasil, o discurso dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo são reajustados, reforçando e adjetivando um Brasil sem crise, de oportunidades e também pronto para avançar para um cenário sem recessão. A compreensão do jornalismo nos rumos da política brasileira atual envolve a análise da cobertura da mídia na esfera econômica. Esta tese ainda tem o intuito de suprir a escassez teórica acerca do processo de impeachment pela mídia impressa. Na análise bibliográfica, buscou-se um embasamento teórico e reflexivo em autores que abordam o assunto, contextualizando os antecedentes da crise e suas marcas no processo econômico do País.
Palavras-chave: Impeachment; Discurso Político; Crise econômica; Dilma Rousseff; Michel Temer; Folha de S.Paulo; O Estado de S. Paulo.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Autor(a): Renata Valeria Calixto de Toledo
Orientador(a): Simone Luci Pereira
Data da defesa: 28/06/2019
Resumo: A pesquisa centra-se numa compreensão das configurações atuais do curso de graduação em publicidade e propaganda. Enfoca questões vinculadas aos estudos do curso de comunicação social, seus alunos, a matriz curricular, a cidade, a profissão, as realizações e as frustrações daqueles que estudaram esse campo do saber. A pesquisa foi realizada em uma instituição privada, no município de São José do Rio Preto, interior paulista, a 500 quilômetros da capital, e parte da análise das alterações necessárias e efetuadas no projeto pedagógico do curso, a crise no ensino e a participação de egressos do curso, para possível entendimento do mundo acadêmico e mercadológico. O objetivo foi analisar e buscar uma linha tênue para a compreensão das diretrizes, matriz curricular, docentes e discentes no mercado de trabalho. Articular o tema às perspectivas do futuro do ensino da comunicação e mostrar que esse assunto pode suscitar discussões profícuas a respeito do curso, da profissão e dos estudos de comunicação em publicidade e propaganda.
Palavras-chave: Comunicação Social; Publicidade e Propaganda; Ensino; São José do Rio Preto; Instabilidade.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para a Interação entre Grupos Sociais.
Autor(a): Marcio Roberto Bico
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 28/06/2019
Resumo: Esta pesquisa se insere coerentemente na área de concentração do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UNIP “Comunicação e Cultura Midiática” e também na Linha de pesquisa “Configuração de produtos e processos na cultura midiática". O Fato de tratar de emissoras de rádio, também está coerente com as pesquisas do orientador, pois nosso objetivo é analisar e discutir a relação entre a legislação que regulamenta a radiodifusão pública e o cumprimento da responsabilidade social no âmbito da grade de programação de duas emissoras de rádio educativas. Para tal, o estudo analisou as grades de programação da Rádio Cultura FM e da Rádio Cultura Brasil, localizadas no Estado de São Paulo, pertencentes à Fundação Padre Anchieta. Nossa pesquisa se pautou na legislação brasileira sobre as empresas públicas de comunicação e como a Constituição Federal regulamenta o setor de radiodifusão. A pesquisa abordou conceitos como Comunicação Pública (BUCCI, 2015; DUARTE, 2007), Rádio Pública (HERREROS, 1992; ESCUDERO, 1998, MIOLA, 2014), Legislação para Radiodifusão Pública (LEAL FILHO, 1997, CHAGAS, 2012, PINHEIRO, 2016), Cultura (BOURDIEU, 1987, ZUMTHOR, 1993, SANTAELLA, 2003), a história do rádio de São Paulo (ADAMI, 2014) e Opinião Pública (LIPPMANN, 2008; SÁ, 2012). Além disso, analisamos também a trajetória das emissoras educativas do Brasil, a partir das primeiras transmissões de rádio no país.
Como metodologia trabalhamos com a análise de conteúdo de (BARDIN, 2011) e foram transcritos e analisados os programas da Rádio Cultura FM e da Rádio Cultura Brasil, a partir das cinco categorias deste autor: programas eruditos, populares, informativos e eruditos, informativos e populares e políticos. Partimos da hipótese de que a Rádio Cultura FM e a Rádio Cultura Brasil cumprem parcialmente as prerrogativas legais estabelecidas para a radiodifusão educativa, com uma programação que privilegia conteúdos musicais que se alternam entre a cultura erudita e a cultura popular, tais como manifestações folclóricas, música regional, cultura imaterial.
Palavras-chave: Rádio Pública; Rádio Educativa; Legislação; Rádio Cultura FM; Rádio Cultura Brasil.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Lucia Carvalho Moreira Dias
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 27/06/2019
Resumo: A pesquisa possui como tema a relação entre a Cultura do Espetáculo e a Revista do Rádio, veículo impresso de grande repercussão na história da Radiofusão brasileira. O objetivo proposto na pesquisa é compreender como o Espetáculo, fenômeno encontrado na contemporaneidade, está presente na Revista do Rádio no período compreendido entre os anos de 1953 e 1955, momento em que o Rádio e a publicação atingiram seu apogeu. Em seu conteúdo editorial, a publicação apresentava, além de matérias para divulgar e fortalecer o meio e vender produtos, colunas e seções que valorizavam o Espetáculo, entre elas, a coluna denominada “Mexericos da Candinha”, inaugurada em 1953 e considerada a seção mais popular da Revista. Propõe-se como objetivos específicos contextualizar o surgimento das revistas pioneiras de Rádio na história da Radiofusão brasileira, relacionando os acontecimentos históricos, políticos e culturais mais relevantes e analisar as principais revistas do período, particularizando a história da Revista do Rádio, objeto desta pesquisa. Definiu-se como corpus de análise a capa e a matéria de capa. Por se tratar de um projeto de resgate histórico, a estratégia de pesquisa foi elaborada por meio de pesquisa documental, leitura e análise de imagens. Para análise verbal e não verbal do corpus selecionado, foi empregada a Metodologia da Análise de Conteúdo, desenvolvida por Laurence Bardin (2011). Pela grande quantidade de edições da Revista por ano (48 edições), a análise foi limitada a doze edições entre as décadas de 1953 e 1955, quatro edições por ano. Para contextualizar a temática da Cultura do Espetáculo dentro da proposta da Revista do Rádio foram selecionados no Quadro de Referenciais Teóricos, os autores Guy Debord (1997), Douglas Kellner (2004) , Mario Vargas Llosa (2012) e Cláudio Coelho (2014). A análise dos conteúdos não verbais das edições selecionadas foram realizadas por meio das Técnicas Visuais segundo Dondis (2003) e Gomes Filho (2004). Com a intenção de desvelar a influência da Revista do Rádio na história da Radiofusão no Brasil, a pesquisa ancorou-se nos estudos dos autores Hupfer (1998), Ferrareto (2001), Mcleish (2001), Calabre (2002), Faour (2002), Ortriwano (2002), Moreira (2003), Prado (2012) e D’Ângelo (2013). Esta pesquisa se justifica dado o pouquíssimo material publicado sobre o tema e dado o resgate da história do Rádio e da mídia impressa especializada brasileira.
Palavras-chave: Cultura do Espetáculo; Revista do Rádio; Resgate Histórico; Rádio; Memória Radiofônica; Patrimônio Cultural.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Maria Joana Casagrande Soares-Correia
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 25/06/2019
Resumo: Imagem e visualidade são dois dos principais ingredientes da cultura de espetacularização da sociedade contemporânea, permeada pela mídia e pela lógica de que é preciso ser visto para existir. No esteio dessa realidade, a proliferação contemporânea de todo tipo de celebridades é manifesta. Concomitante a essa cultura, identifica-se um movimento de luta pela ampliação dos direitos das mulheres e empoderamento feminino. Entendendo empoderamento como um conceito múltiplo e complexo – como o de celebridade –, utilizado em agendas direcionadas para melhoria da qualidade de vida e dignidade humana, o que implica um movimento emancipatório no/pelo exercício da cidadania. Assim, colocamo-nos a pensar sobre como personalidades públicas podem atuar como modelo de identificação e projeção para outras mulheres. Essa discussão é realizada a partir da periguete. Como objetivo geral, nos propomos a problematizar a construção do empoderamento feminino na mídia, a partir da figura da periguete, como mais um estereótipo da mulher construído no contexto da sociedade do consumo e na da cultura da imagem. Como hipótese principal, consideramos que na sociedade do consumo e na cultura da imagem, a mídia constrói a periguete como um estereótipo de corpo, beleza e empoderamento feminino a ser consumido pela nova classe média. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória, subsidiada em investigação documental e análise de imagem, tendo referencial teórico o método da complexidade de Edgar Morin (2008a; 2011). A complexidade é um tecido composto por aspectos heterogêneos e inseparavelmente associados, perpassado pelo paradoxo do uno e do múltiplo. Entretanto, a complexidade traz em si a desordem, a incerteza, características antropossociais que o autor defende que sejam enfrentadas e não ignoradas e escamoteadas da ciência. O método da complexidade aplica-se a essa pesquisa como um olhar que a periguete compreende em si a santa e a devassa, que é produzida por uma sociedade e cultura e também as produz em sua existência, além de que na periguete encontramos a totalidade dos fenômenos e contingências que a construíram e que a mantém e que a recíproca – a periguete como fenômeno cultural e mediático, encontrada nas contingências que a constituem – também é verdadeira.
Palavras-chave: Periguete; Empoderamento feminino; Imaginário; Mídia e consumo; Celebridade.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
*O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Autor(a): Paulo Henrique de Oliveira Lopes
Orientador(a): Heloísa de Araújo Duarte Valente
Data da defesa: 18/06/2019
Resumo: Esta tese tem como objetivo explorar a trilha sonora dos filmes da franquia James Bond – 007 sob as teorias que sustentam a função de música no cinema. A metodologia de pesquisa parte do levantamento feito acerca dessa filmografia, selecionando seis produtos que salientam o protagonismo do agente secreto. O procedimento mais significativo constitui a seleção das categorias para a análise dos filmes: marca enunciativa, canção-tema, leitmotiv e continuidade aberta. Aplicadas ao contexto narrativo, essas categorias resultaram na construção de tabelas que consequentemente levaram ao resultado da análise. A problematização reside na vigência da franquia no escopo da produção dos majors, tanto da trilha sonora quanto da narratividade. Assim, a hipótese assinala a perda de identidade da franquia nas paisagens sonoras em detrimento do argumento ideológico dos antecedentes contextuais e gadgets da Guerra Fria. Entre os referenciais teóricos, Repetto ajuda a entender quando a música entra em cena, o conceito tecnológico da audiovisão criado por Michel Chion e depurado pela franquia na sua tentativa de afinar o mundo com Murray Shafer. Desse modo, a estrutura desse estudo configura-se a partir de um primeiro capítulo que foca a interface da produção literária e cinematográfica. O segundo trata da música no cinema, parcerias, compositores e majors. O terceiro refere-se à estrutura dos filmes. O quarto contém o corpus da filmografia selecionada e o quinto analisa e interpreta os principais resultados da pesquisa.
Palavras-chave: Franquia 007; Marca Enunciativa; Canção-Tema; Leitmotiv; Continuidade Aberta.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Centro de Estudos em Música e Mídia.
Autor(a): Vitor Pasquini Scarpelli
Orientador(a): Gustavo Souza da Silva
Data da defesa: 17/06/2019
Resumo: Esta tese analisou aspectos do som e da memória nos documentários tendocomo principais referenciais teóricos os trabalhos de Bill Nichols (2001), Guy Gauthier (2011), Beatriz Sarlo (2007), Michael Pollak (1992) e Michel Chion (2011).
Foram escolhidos quatro documentários para compor o corpus desta tese. A escolha por esses filmes se fez pelo som ser, de alguma maneira, elemento de destaque nas narrativas. Os documentários escolhidos foram: Aboio (Marilia Rocha, 2005), Beep (Karen Collins, 2016), Alive Inside (Michael Rossato-Bennett, 2010) e Carta Sonora (Mario Cassettari, Suzana Reck Miranda, 2010). Ao analisar características relacionadas ao som e à memória nesses filmes, foram apresentados diversos aspectos dos documentários como questões éticas encontradas por realizadores desse tipo de obra audiovisual e outros fatores que os diferenciam dos filmes de
ficção. Também foram observadas características da captação sonora e diversas funções que o som pode exercer em um filme. Aspectos da memória, como a memória coletiva, colaboraram com o entendimento de como os depoentes podem assimilar lembranças de episódios que não foram vividos por ele. Por fim foram estabelecidas diversas relações entre som e memória no documentário, tendo em vista que esses dois elementos agem utilizando a subjetividade.
Palavras-chave: Som; Memória; Documentário.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisa em Análise de Produtos Audiovisuais.
Autor(a): Agnes de Sousa Arruda
Orientador(a): Jorge Miklos
Data da defesa: 17/06/2019
Resumo: Esta tese aborda a íntima relação entre os media e a gordofobia, preconceito contra as pessoas gordas. Em uma investigação que identificou inicialmente que essa relação se dá mais nas entrelinhas do que de forma óbvia - tanto que a palavra gordofobia apenas recentemente passou a ser indexada nos dicionários formais da língua portuguesa (mas não em todos) - e que embora pujante no contexto social, o preconceito em questão ainda não é devidamente visto como objeto de pesquisa na área da Comunicação, foi necessário buscar por uma metodologia que compreendesse a complexidade desse fenômeno a partir da questão de como se dá a relação desse estigma com os media. A hipótese inicial foi a de que a gordofobia é um preconceito criado, mantido e incentivado a partir do ‘bios midiático’ e, como tal, ao mesmo tempo em que gera, é gerado pelo apagamento do corpo da pessoa gorda na concretude da carne e na virtualidade da mídia eletrônica hegemônica. Assim, foi por meio da autoetnografia, utilizando a técnica da narrativa biográfica, cruzada com exemplos oriundos dos media (uma novela mexicana e um seriado americano de grande sucesso no Brasil, uma produção de Hollywood e uma notícia de um portal brasileiro sobre celebridades), esses apresentados a partir das ferramentas da análise de conteúdo, que se buscou a comprovação dessa relação. Usa-se para esse cruzamento os princípios do método da complexidade propostos por Edgar Morin, sendo eles o dialógico, o recursivo e o hologramático. O embasamento teórico se dá a partir dos conceitos de mediosfera, comunicação, mimese e vínculo de Malena Contrera e bios midiático de Muniz Sodré, trabalhando também com a teoria da mídia de Harry Pross, escalada da abstração de Vilém Flusser, corpo vivo e corpo morto de Dietmar Kamper e era da iconofagia de Norval Baitello Jr. Por fim, cabe ressaltar que se trata de uma tese de perspectiva feminina e feminista, estando as questões acerca de lugar de fala e representatividade propostas por Djamila Ribeiro também consideradas. Com a investigação, entenderam-se as minúcias pelas quais age e retroage a gordofobia e como esse preconceito, sentido na carne do convívio social, está diretamente relacionado com as representações que os media fazem das pessoas gordas e vice-versa, sendo impossível dissociar um do outro.
Palavras-chave: Mídia e imaginário; Complexidade; Corpo; Gordofobia; Autoetnografia
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para a Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
*O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Autor(a): Sylvestre Luiz Thomaz Gonçalves Netto
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 11/03/2019
Resumo: O objetivo desta tese é apresentar os modos de vida que conformam e performam os bolivianos imigrantes na cidade de São Paulo. Contempla o papel das práticas geradoras de pertencimento neste grupo, condição necessária para que fiquem e não retornem à sua pátria. O papel da cultura é um tema abordado ao longo do texto, por ser um elemento de ligação entre a terra natal e o novo lugar e por promover miscigenações e hibridações na capital paulista, e, neste recorte, a Praça Kantuta, reduto dos bolivianos na cidade mereceu atenção especial, por ser o local de maior visibilidade desse grupo. A mimese ganha papel de destaque no decorrer do texto uma vez que participa na atuação social e nos deslocamentos urbanos desse contingente. As tradições nativas revividas na metrópole paulistana foram cartografadas e, para tanto, foram utilizados estudos exploratórios de caráter observacional. Sendo os estudos da Comunicação o elemento balizador da tese, rádios, jornais, blogs e demais meios foram pesquisados, compondo o quadro comunicacional desses bolivianos. Conceitos e práticas de empatia e de resiliência compõem o texto e foram trabalhados sob a perspectiva da Comunicação. A tese foi alicerçada em teóricos das áreas de Antropologia, Sociologia e Cultura, Claude Lévi-Strauss, Christoph Wulf, Edgar Morin e Octavio Ianni; da Comunicação, Norval Baitello Jr, Malena Contrera, Jésus Martin-Barbero, Néstor Canclini e Eugênio Trivinho, e da Empatia e Resiliência, Frans de Waal e Boris Cyrulnik, dentre outros.
Palavras-chave: Imigrações bolivianas; Comunicação; Cultura; Mimese; Empatia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para a Interação entre Grupos Sociais.